10 UTIs da Santa Casa de Taquarituba encerram as atividades

Para se ter um leito de UTI, as dificuldades e os custos são tamanhos que, para um município de pequeno porte, por mais rico que seja, é praticamente impossível. Dentre os 32 municípios da região Sudoeste Paulista, somente Avaré e Itapeva contam com Unidades de Tratamento Intensivo e quem banca é o SUS.

Durante a pandemia em 2020, em Taquarituba, amigos se juntaram e formaram uma frente em busca de dinheiro para implantar unidades para atender a forte e crescente demanda de pacientes graves com covid-19, do município e região. Foram arrecadados uma pequena fortuna que, juntos dos recursos federais destinados ao combate à covid, resultou na compra de equipamentos para a criação de 10 leitos de UTI na Santa Casa de Misericórdia, uma entidade filantrópica, diga-se de passagem.

Após a compra dos equipamentos uma boa quantia em dinheiro ficou à disposição para o custeio das unidades, entretanto, o elevado custo de manutenção, exigindo profissionais de grande gabarito, com salários a altura, acabou consumindo rapidamente o caixa, inviabilizando o serviço que tem custo diário estimado em torno de 2,5 mil reais. Sem dinheiro, a atual administração foi até Brasília e conseguiu efêmeros recursos, com data para terminar.

O repasse de 480mil/mês conquistado junto ao Governo Federal terminou em novembro/21, com isso, ficou somente a prefeitura tendo que bancar uma despesa mensal estimada em mais de 800 mil reais e, não deu em outra, teve de paralisar os serviços.

O prefeito Eder Miano falou à reportagem e confirmou ser impossível a prefeitura bancar os altos custos. Se apenas uma unidade é completamente inviável para um pequeno município, vale ressaltar que Taquarituba estava sustentando 10 UTIs.

Sem o SUS para custear o serviço milionário, neste último dia 30 de dezembro, as 10 unidades encerraram suas atividades. No dia 25 de outubro passado, o Portal publicou matéria sobre a iminência do fechamento.

Como legado, além de muitas vidas salvas, ficaram dívidas para a Santa Casa, um problema gigantesco para a atual administração, como também, muitos profissionais demitidos e equipamentos parados.