O investigador Danilo Campolim disse não saber que o registro era raro, ao ser contatado pela reportagem do Portal. Por sorte ele postou em sua rede social, o Portal viu e agora repercute a inusitada e singular visita à Seccional de Polícia Civil de Itapeva.
Conta Danilo se assustou com o encontro, quando chegava para o expediente, por 7h30, desta quarta-feira, 29. O investigador fez somente duas fotos, não fez mais, achando que era uma ave qualquer. “Soubesse tinha feito outros ângulos,” desse ao ser avisado da raridade.
O escrivão André também fotografou o carinha difícil e pouquíssimo conhecido que ficou lá, parado, estático, até por volta das 10h.
“Um colega achou que estava morta em estado cadavérico e alguém tinha colocado lá,” contou Danilo. “Daí toquei a sirene na rua pra tirar a dúvida e a ave nem piscou. Parecia um guarda, uma sentinela,” contou o investigador.
Para falar sobre a bela ave, contatamos o biólogo e colaborador do Portal, Thiago Godói, que recentemente teve a oportunidade de resgatar um exemplar em Cerqueira César.
Thiago contou que o Urutau não é tão raro como se pensa. O problema é vê-lo, principalmente na mata, devido sua camuflagem perfeita e ficar sempre em cima de tocos, parada, estática. Tem passarinheiro profissional que vai ficar com inveja.
“Como eles são noturnos, durante o dia tem esse comportamento. Na mata é quase impossível de ver. Normalmente ficam em pontas de árvores secas,” contou Thiago que lembrou outra característica do Urutau, “fora o canto que dá arrepio na espinha.” Um canto sempre a noite que assombrou gerações que associava o som a figuras do folclore popular.

De tão rara, praticamente não há registros na web, mostrando a ave na região Sudoeste Paulista
O Urutau
Também conhecido como Mãe da Lua, a ave que pousa sempre em tocos secos, se camufla perfeitamente, tornando seu avistamento uma missão quase impossível.
De hábitos noturnos e predador especialmente de mariposas e besouros, permanece completamente imóvel durante o dia, mesmo quando predadores se aproximam.
Envolto em lendas e mistérios, seu canto melancólico ecoa pelas florestas, lembrando uma lamentação. O nome “Urutau” vem da sua aparência pálida e olhos grandes e amarelos, sendo apelidado de “ave fantasma”.

Urutau, considerada a ave mais misteriosa da avifauna brasileira, registrada por Danilo Campolim, em frente a Seccional de Polícia de Itapeva
Considerado um mestre do disfarce, o Urutau habita a Floresta Amazônica, Mata Atlântica e Cerrado. De grande resiliência, a Mãe da Lua demonstrou capacidade de adaptação a ambientes modificados pela ação humana, sendo encontrado em pastagens, plantações e até mesmo em parques urbanos bem arborizados e ainda mais raro em ambientes urbanos.
Sua capacidade de camuflagem que o faz parecer um toco de árvore durante o dia, é a chave para sua sobrevivência nesses diferentes ambientes.

O Urutau descansou exatamente na entrada principal da Seccional de Itapeva, algo extremamente inusitado














































