De ontem para hoje, ou seja, de terça para esta quarta-feira, 29, o município de Avaré registrou um salto de 17 para 20 casos de contaminação pelo novo coronavírus.
De acordo com o boletim emitido pela Secretaria Municipal de Saúde, mais 4 suspeitas estão aguardando resultados de exames. Das suspeitas anteriores, 16 foram descartadas.
Conforme o divulgado no boletim, dos 20 casos confirmados, 16 são ambulatoriais, 3 estão hospitalizados, mais o óbito já relatado, neste caso o do empresário do ramo agropecuário.
Dos 3 casos confirmados hospitalizados, 2 estão em respiração espontânea e 1 continua em respiração mecânica. 3 pacientes estão internados na Santa Casa de Misericórdia de Avaré aguardando resultado de exames, sendo 1 paciente de Avaré, 1 de Manduri e 1 de Piraju. A entidade também trata de 1 caso positivo oriundo de Guarulhos.
Centro de Contingência alerta sobre dispersão do coronavírus no interior de SP
A pandemia do novo coronavírus está se espalhando pelo interior do Estado de São Paulo. É o alerta do Centro de Contingência de coronavírus, com base em estudo da Unesp (Universidade Estadual Paulista) coordenado pelo professor Carlos Magno Fortaleza, membro desse grupo.
O levantamento foi apresentado durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes nesta terça-feira, 28 de abril.
A modelagem mostra que as cidades consideradas polos regionais, como Campinas, Bauru e São José do Rio Preto apresentam cinco vezes mais chances de disseminação do vírus do que outras cidades menores, com baixa densidade populacional e menor conectividade com municípios de sua região (confira mapa abaixo).
Aponta ainda que a rota de disseminação do vírus concentra-se ao redor da capital, na Região Metropolitana, e se dissemina pelas principais rodovias que cortam o interior do Estado.
Além da densidade populacional, o estudo observou a distância como outro fator importante de dispersão da COVID-19. “O risco imediato, como é a condição de vigilância neste momento, é 25% menor a cada 100 quilômetros de distância da capital”. Portanto, há tanto o salto entre os grandes centros regionais quanto à difusão por vizinhança e contiguidade de municípios.
Fortaleza alertou que é preciso manter expressivo índice de isolamento social nesses polos, para evitar que o contágio atinja também os de menor porte, seguindo a classificação do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que prevê quatro tipos de municípios no interior – os polos regionais, os extremamente conectados com polos, os menos conectados e os rurais.
“É grande a necessidade de que os grandes centros regionais mantenham maior rigor no isolamento, o que vai impactar nos demais (em relação à circulação do vírus)”, afirmou o professor da Unesp.
Coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, o infectologista David Uip ressaltou que existe uma falsa sensação de que o interior paulista está protegido contra a COVID-19, mas que se não houver cooperação por parte dos moradores, especialmente dos centros regionais, a doença poderá se alastrar ainda mais pelo Estado.