É o que queremos para a nossa região Sudoeste Paulista. Estradas ecologicamente preparadas para mitigar o máximo possível os constantes atropelamentos e mortes de animais silvestres. Temos falado com as concessionárias que administram os trechos concessionados. Queremos preservar. Queremos salvar vidas.
O Departamento de Estradas de Rodagem (DER), vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), iniciou a implantação de cercas para proteção da fauna ao longo da rodovia Arlindo Béttio (SP 613), na região de Presidente Prudente.
O objetivo é reforçar a segurança nos trechos viários que cruzam duas Unidades de Conservação – o Parque Estadual (PE) Morro do Diabo e a Estação Ecológica Mico-Leão-Preto, entre os municípios de Teodoro Sampaio e Euclides da Cunha Paulista.
Com investimento de R$ 10,9 milhões, o novo sistema de cercas contínuas acompanha o traçado da pista, de ambos os lados, evitando que a fauna atravesse a rodovia, bem como conduzindo os animais a uma travessia segura, utilizando as passagens inferiores de fauna. A medida é mais uma iniciativa do DER para reduzir os atropelamentos de animais em rodovias sob a sua gestão.
O projeto colabora para a segurança dos usuários que trafegam no trecho das Unidades de Conservação, pois o atropelamento de fauna compõe os índices de acidentes de trânsito. A previsão é que as obras sejam concluídas em fevereiro de 2025.
Em pontos estratégicos, no mesmo alinhamento das cercas, serão executadas áreas de escape denominadas “jump-outs”, que consistem em rampas de acesso para os animais que por motivos fortuitos cheguem à rodovia. Dessa forma, através dos “jumps-outs”, os animais poderão retornar sem dificuldade para dentro da Unidade de Conservação.
No primeiro semestre deste ano, o DER também investiu na ampliação da sinalização horizontal neste trecho da Rodovia Arlindo Béttio, tendo implantado ainda ondulações transversais e linhas de estímulo à redução de velocidade. Os dispositivos induzem o condutor a diminuir a velocidade no trecho das unidades, cujo limite é de 70 km/h. O DER instalou ainda dois radares fixos, nos pontos com maior presença de fauna. E foram executadas três novas passagens inferiores de fauna, já em operação, totalizando 18 passagens.
Parque Estadual Morro do Diabo
O Parque Estadual Morro do Diabo foi criado em 1941 como uma reserva, tornando-se parque apenas em 1986, com o objetivo de preservar uma das últimas áreas de floresta de planalto do país. É uma das áreas núcleos da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica Brasileira.
A unidade abriga uma das quatro áreas de proteção com mais de 10.000 hectares de floresta tropical estacional semidecidual, que originalmente cobria parte dos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.
O bom estado de conservação de sua área de quase 34.000 hectares de mata atlântica de interior permite a ocorrência de importantes espécies de fauna, inclusive algumas ameaçadas de extinção, como anta, queixada, bugio, puma e onça-pintada, além de uma das espécies de primata mais ameaçada do mundo, o mico-leão-preto, que encontra no Parque refúgio para a sua maior população livre. Com relação à flora, o Parque abriga a maior reserva peroba-rosa, espécie importante para trabalhos de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas.