O imbróglio, a confusão, que se instalou na política do município de Itaporanga, provoca péssimas sensações até nos mais experientes. Desde que os vereadores cassaram o prefeito Douglas Benini, em 26 de março, e empossaram o seu primo e então presidente da Casa, em março desse ano, o caos reina, sem um vice-prefeito, falecido em 2023.
Quando as lideranças políticas não se entendem e apelam para o judiciário, nunca acaba bem para o pagador de toda a coisa estatal. O último caso parecido, foi registrado em 2011. No pequeno município de Ararendá, Estado do Ceará, a ministra do STF, Carmem Lúcia, autorizou a realização da eleição indireta, há cerca de 8 meses antes das eleições daquele ano.
Em Itaporanga, a perturbação não terminou como em Ararendá. Descontentes com o prefeito substituto, por eles empossados, os vereadores iniciaram um movimento para a eleição indireta, mas desistiram. Entretanto, o Ministério Público entrou no caso e “recomendou” a realização do pleito.
O Ministério Púbico entrou na confusão no dia 15 e, três dias depois, no dia 18, o cassado Douglas Benini, em sua segunda tentativa (a primeira no dia 6), conseguiu uma liminar que lhe confere o direito de voltar à prefeitura.
Um dia após a vitória de Douglas, concedida pelo TJSP, mostrando serem os mais perdidos em toda a desordem, os vereadores acataram a recomendação do MP. Em sessão extraordinária, os edis, novamente decidiram pelas eleições indiretas.
Quanto a liminar, o desembargador Luis Paulo Aliende Ribeiro, do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, dessa vez, acatou o mesmo ‘agravo de instrumento’, pedido anteriormente por Douglas Benini, com as mesmas alegações.
Com os últimos desdobramentos transcorrendo na quinta e sexta-feira, até esse domingo, não se sabe quem estará com as chaves e abrir a Prefeitura, nesta segunda-feira, 22. Qual dos Benini? O Fábio ou o Douglas, será o prefeito de Itaporanga?
O país vive momentos de grande insegurança jurídica. Em todos os níveis, municipal, estadual, nacional, público e privado. E quanto a nós meros financiadores de todo esse circo, assistimos a tudo, desamparados e ansiosos. Bom se fosse como na TV, onde poderíamos quiçá, contar ao menos com o Chapolin Colorado, aquele do Chaves.