Em uma casa no bairro Nove de Julho, em Cerqueira César, habitada por uma jovem de 19 anos, babá e grávida. Sob sua tutela um filhote de apenas 3 meses, abandonado, doente, sem comida, morrendo de fome, de inanição.
Na tarde desta quarta-feira, 7, ativistas da Associação dos Voluntários em Defesa da Causa Animal de Cerqueira César, após tomar ciência da crueldade, entraram em ação. “Ao chegarmos no local nos deparamos com um cachorro caído com extrema fraqueza, imóvel e com muitas dores; abandonado no canteiro central da Avenida Benigno Cordeiro de Freitas. Bem, as imagens abaixo falam por si só!” Exclamou a associação em sua rede social.
A mulher que está prestes a ser mãe, mas sem condições de cuidar de um cachorrinho, colocou o animal para fora, sem procurar qualquer tipo de ajuda, “deixando esse anjinho em total sofrimento e sem nenhum tipo de auxilio, algo tão repugnante que faltam palavras para descrever.” Se revolta a Associação.
Após o primeiro atendimento e constatado os maus tratos pelo veterinário da Prefeitura, Dr. Tales Vertuan, o recolhimento do animal foi autorizado, assim como a internação e tentativa de salvar mais uma vida em Cerqueira César, onde os malfeitores enfrentam forte combate dos ativistas.
A vidinha que estava sob os cuidados da Associação dos Voluntários em Defesa da Causa Animal, não aguentou ao sofrimento e morreu na tarde desta quinta-feira, 8.
O Boletim de Ocorrências confeccionado na Delegacia de Polícia Civil, onde a mulher foi levada pela PM, narra em consonância com os depoimentos colhidos junto ao médico veterinário, que o animal foi encontrado “em um estado totalmente debilitado, praticamente já quase em óbito”, apresentando quadro de caquexia (magreza extrema), icterícia (mucosas amareladas), mucosas pálidas, apatia e hipotermia, mesmo estando exposto ao sol, o que indicaria disfunção orgânica grave.

Equipe da PM durante a prisão em flagrante da mulher em Cerqueira César
O veterinário suspeita de possível doença do carrapato ou cinomose, patologias que, embora graves, são tratáveis.
A investigada, quando questionada, alegou inicialmente que “não viu o cachorro saindo da residência”, embora o portão estivesse com cadeado, conforme constatação de uma testemunha.
Relatou ainda que teria apenas oferecido “vermífugo” ao animal, possivelmente por orientação de parente, não tendo buscado atendimento veterinário adequado, embora o município disponibilize serviço gratuito para essa finalidade.
Diante das circunstâncias, o delegado entendeu por melhor não deixar a jovem grávida presa, mas responderá um inquérito policial que poderá acarretar de 2 a 5 anos de prisão e multa.

Profissional realizando o primeiro atendimento à vida inocente