A secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) do Estado de São Paulo, Natália Resende, e o subsecretário de Logística e Transportes, Denis Gerage, visitaram na manhã desta sexta-feira (5) o canteiro do Departamento Hidroviário (DH), em Buritama, na região de Araçatuba.
Os dois acompanharam o avanço das obras de ampliação da profundidade do canal de Nova Avanhandava que abrange também os municípios de Araçatuba, Birigui, Brejo Alegre e Santo Antônio do Aracanguá.
A visitação teve início com a navegação pelo canal de Nova Avanhandava e seguiu até o local de detonação para derrocamento do leito do rio. A obra, que teve início no primeiro semestre de 2023, tem como objetivo estimular o transporte aquaviário, desenvolvendo a logística no Estado de São Paulo com a ampliação do aprofundamento do canal em 3,5 metros, ao longo de 16 quilômetros
O método escolhido é o de derrocamento especial, com o uso de explosivo encartuchado, com o qual serão retirados 552 mil m³ de material rochoso.
“É importante ressaltar que todo o processo de detonação é realizado com responsabilidade ambiental. Preocupamo-nos com os peixes e a fauna local. Temos uma rede de bolhas que é colocada ao redor da explosão e, de novembro a março, não realizamos essa explosão, pois é o período de defeso e de reprodução”, explica o subsecretário Denis Gerage.
Sob coordenação da Semil, por meio do DH, as obras do canal de Nova Avanhandava, no trecho da Hidrovia Tietê-Paraná, localizado em Buritama, na região noroeste do Estado, começaram em maio de 2023 com investimento de R$293,8 milhões e previsão de conclusão para o primeiro semestre de 2026.
“O aprofundamento desse canal será muito importante na época de estiagem, pois permitirá a passagem de embarcações de grande porte nos períodos em que o nível da água menor reduz também o calado permitido”, destaca a secretária Natália Resende.
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Importante eixo de logística no país, a Hidrovia Tietê-Paraná movimentou cerca de 2,5 milhões de toneladas de diferentes tipos de carga transportada em 2023. Após a conclusão da obra de ampliação da profundidade do leito do Rio Tietê entre os reservatórios Ilha Solteira e Três Irmãos, esse volume deverá aumentar significativamente, podendo chegar a 7 milhões de toneladas.
A hidrovia Paraná-Tietê consiste em uma das principais vias hidroviárias em funcionamento no país, pois é uma importante via para o escoamento da produção agrícola dos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e parte de Rondônia, Tocantins e Minas Gerais. É composta pela HN-900 Rio Paraná, entre São Simão (GO) e Itaipu (PR); rio São José dos Dourados, nos primeiros 40 km de jusante; Canal Pereira Barreto; HN-913 Rio Tietê entre a sua foz e a cidade de Anhembi (SP); HN-914 Rio Piracicaba da foz até a ponte da SP 181.
Mapa da Hidrovia do Paraná-Tietê – Fonte: Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
Situada entre as Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, permite a navegação e, consequentemente, o transporte de cargas e passageiros ao longo das HN-900 Rio Paraná e HN-913 Rio Tietê. Um sistema de eclusas viabiliza a passagem pelos desníveis das muitas represas existentes nas duas hidrovias. A hidrovia Paraná-Tietê possui uma extensão de 2.400 km, sendo 1.600 km na HN-900 Rio Paraná e 800 km na HN-913 Rio Tietê.
A HN-900 Rio Paraná é navegável ao longo de 1.023 km, com largura média de 120 m. Sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT, a hidrovia se estende entre a Usina Hidrelétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu (PR), e duas barragens: a da UHE de São Simão, no município goiano de mesmo nome, na HN-400 Rio Parnaíba; e a da UHE de Água Vermelha no rio Grande, em Iturama (MG), no Triângulo Mineiro.
Afluente da HN-900 Rio Paraná, a HN-913 Rio Tietê tem uma extensão navegável de 715 km, com profundidade mínima de 3 m. Essa hidrovia é administrada pelo Governo de São Paulo, por meio do Departamento Hidroviário.
A hidrovia Paraná-Tietê integra um grande sistema de transporte multimodal do Corredor Sudeste de Logística. Possui 12 terminais portuários, distribuídos em uma área de 76 milhões de hectares. A entrada em operação dessa hidrovia impulsionou a implantação de 23 polos industriais, 17 polos turísticos e 12 polos de distribuição, onde é gerada quase a metade do PIB brasileiro e conecta áreas de produção aos portos marítimos. No sentido do interior, conecta os principais centros do Mercosul.
Visita técnica em Nova-Avanhandava, onde ocorrem explosões para o aprofundamento do leito do Tiete