Uma mamãe coruja resolveu fazer seu ninho em uma estrutura, parte da caldeira de uma usina instalada no município de Cerqueira César. O equipamento fica desligado durante parte do ano e a ave aproveitou a parada para nidificar seu local de cria. O problema é que a empresa, agora que está começando a temporada de queima do bagaço de cana-de-açúcar, precisou religar.
Os três filhotes recém-nascidos e quatro ovos a chocar, foram encontrados por profissionais durante uma vistoria na estrutura.
Muitos simplesmente, sem o mínimo de valor à vida, destroem o trabalho da natureza, eliminando vidas completamente indefesas. Lembrando que corujas são importantes vetores de controle de pragas, como insetos e ratos.
Por sorte, nessa empresa existe uma equipe humana e que ao se deparar com a situação inusitada, onde vidas estavam em risco, decidiram por acionar o Corpo de Bombeiros e assim, a história das corujinhas não tiveram um final trágico.
O resgate foi realizado nesta sexta-feira, 17, unindo equipes da empresa e da Estação do Corpo de Bombeiros de Avaré. Todos os filhotes foram removidos com segurança, no entanto, a mãe coruja voou e não pôde ser capturada, mas segundo uma representante da empresa, ela ainda está no local, como mostra uma imagem abaixo.
Segundo Vanessa Beatriz Nicocelli, Técnica em Segurança do Trabalho da empresa Albioma, disse à redação do Portal do Sudoeste Paulista, a energia é gerada através da queima de biomassa em uma caldeira, localizada no município de Cerqueira César.
“Estamos finalizando nossa entressafra, que é o período de manutenções da caldeira e demais equipamentos que a compõe. A caldeira em si, possui várias aberturas que durante esse período ficam abertas para acesso de manutenção e inspeção.” Relatou Vanessa.
Em uma dessas aberturas durante o trabalho de inspeção devido ao início da entressafra, mesmo com pouco acesso ao local, a coruja branca, conhecida como rasga-mortalha, entrou através dessa abertura, e bem no canto ela depositou 5 ovos. Desses, 3 geraram os filhotes, os demais ovos não chegaram a eclodir. “Os filhotes nasceram nos dias 08, 09 e 10 deste mês”, contou a técnica do trabalho e amorosa com nossa maravilhosa fauna.
“Como é necessário fechar os acessos para início dos testes na caldeira, foi preciso solicitar o apoio do Corpo de Bombeiros que de pronto nos atendeu e realizou a retirada dos filhotes. Tentamos aguardar o máximo para que a mãe pudesse tratá-los o quanto possível.” Enfatizou a profissional.
As recém-nascidas foram encaminhadas ao CEMPAS, de Botucatu, onde recebem o tratamento adequado para que, no tempo adequado, possam ser reintroduzidas ao Meio Ambiente, onde exercem um papel importante para a natureza e prestam serviços gratuitos e primordiais ao ser humano.
Suindara
Mamãe Suindara foi fotografada e ainda vive nas instalações da empresa, sem os filhotes, mas certamente terá uma nova ninhada em breve
Coruja-das-torres, coruja-da-igreja, coruja-branca, graxadeira, coruja-tesoureira, rasga-mortalha (Maranhão, Pernambuco e Ceará, neste estado é considerada uma ave de mau agouro, pois acredita-se que seu canto seria um anúncio de morte por estar rasgando uma mortalha), coruja-do-campanário (São Paulo), coruja-de-celeiro ou suindara, é a espécie de coruja mais comum do Brasil, bastante conhecida por nidificar em torres de igrejas e locais habitados (razão de um de seus nomes comuns).
Está entre as aves mais “úteis” do mundo, no que se refere à economia do homem, pois consomem muitos roedores, principalmente nas proximidades de habitações humanas.
O nome suindara vem do tupi e significa “aquele que não come”.
É uma espécie muito especializada, caça suas presas localizando-as principalmente pela audição. Possui dois discos faciais bem destacados, em forma semelhante a um coração, que ajuda a levar o som até a entrada dos ouvidos externos. Essa é uma estrutura única, separando-a das demais corujas em uma família especial, a Tytonidae. Fonte:Wikiaves
Equipes do Corpo de Bombeiros de Avaré e da empresa que se preocupa com o Meio Ambiente
Corujinhas após serem removidas com segurança, foram encaminhadas ao Cempas, de Botucatu, onde estão sendo cuidadas por veterinários
Coruja Suindara, espécie que presta relevantes serviços ao ser humano e precisa ser preservada