Por que não aceitam Luiz Henrique de volta a Taquarituba?
Presidente da entidade alega falta de condições e em documento, médicos “lavaram as mãos”; prefeito responsabiliza corpo clínico.
De acordo com a família, a triste história começou há alguns anos atrás, quando o garotinho sentia fortes dores de cabeça. Seu pai o levava na Santa Casa e os médicos prescreviam enxaqueca e, até que o caso de agravasse, Luiz Henrique vivia de medicamentos paliativos. Familiares reclamaram que nunca, nenhum médico, chegou a encaminhar Luiz para um centro especializado, muito menos exames de tomografia que acusariam a doença precocemente não foram recomendados.
Há dois anos e meio, o câncer na cabeça de Luiz Henrique foi finalmente diagnosticado, contudo, algo indicava que era tarde demais. Após passar por Avaré e conseguinte encaminhado ao HC de Botucatu, o garoto foi submetido por 7 longas e duras cirurgias que o livrou da morte, mas o colocou em estado de letargia, ficando condenado a “viver” o resto de seus dias num nada agradável leito de hospital.
A mãe Gislaine Maria de Lima, com o filho em completo estado vegetativo, não o abandona, vive com ele no Hospital das Clínicas e tenta de todas as formas, aproximar novamente a família, mas para isso precisa levar Luiz Henrique para Taquarituba, ou ao menos para Avaré, cidade bem mais próxima que Botucatu.
Com a necessidade de motorização contínua e de acompanhamento médico, haja visto que Luiz Henrique, respira através de traqueostomia e se alimenta por gastrostomia, ou seja, vive a custas de equipamentos, é impossível que volte para casa, sendo condenado a ficar num frio leito de hospital.
De acordo com a Dra. Débora G. Gasperini, responsável pelo caso no Hospital das Clínicas, até o dia 3 de dezembro de 2021, foram realizados um total de 5 pedidos de transferência para um hospital secundário (Taquarituba/Avaré), mas todos foram negados.
Em fevereiro de 2022, o prefeito Eder Miano, secretária municipal da Saúde, junto de representantes da Santa Casal se reuniram com profissionais do HC, em Botucatu. Em suas redes sociais o prefeito comemorou o sucesso da reunião e anunciou a volta de Luiz Henrique para Taquarituba. Infelizmente isso não ocorreu. (veja post abaixo).
Uma reunião foi realizada em 11 de abril, (veja cópia da ata abaixo) envolvendo direção e corpo clínico da Santa Casa de Taquarituba, advogados, procurador do município, o prefeito Eder Miano e o pai de Luiz Henrique. Na oportunidade, o médico e diretor clínico da entidade, deixou claro que seria melhor o garoto continuar na UNESP e uma decisão final ficaria para os próximos dias.
No dia 26 de abril, a resposta veio através de uma nota, emitida pela Santa Casa de Misericórdia e assinada pelo corpo clínico da entidade. (veja documento abaixo).
Segundo o Dr. Marcelo Dimas, diretor clínico da entidade filantrópica, reconhece que Luiz Henrique precisa ser recebido em um hospital secundário e, ainda que na definição médica a entidade taquaritubense seja uma unidade hospitalar secundária, não tem as especialidades necessárias para receber o paciente.
O detalhe que chama a atenção no documento: os médicos plantonistas afirmam que se recusam a prestar assistência em uma possível intercorrência, caso Luiz seja recebido pela entidade.
Na noite deste sábado, 14, o Portal do Sudoeste Paulista falou com o presidente da Santa Casa de Taquarituba, o Mauro da Geomap. Ele reafirmou que a Santa Casa não possui condições de receber o menino e deixou claro o medo dele e entidade de assumirem tamanha responsabilidade e depois terem de arcar com as consequências, caso o pior venha a acontecer.
O empresário temendo situações que possam prejudicar Luiz, exemplo uma infecção hospitalar, que a entidade não possa reagir, Mauro menciona outro fator, de que o hospital não tem condições de isolar um local para abrigar adequadamente o pequeno taquaritubense.
O Portal também falou com o prefeito Eder Miano. Apesar de ter postado em suas redes sociais (veja abaixo) que tinha resolvido o problema e finalmente levaria Luiz para perto de casa, o alcaide disse que tentou de tudo, até mesmo prometendo que a prefeitura arcaria com as despesas durante a estadia de Luiz Henrique na Santa Casa, mas ficou de mãos atadas mediante a negativa dos médicos e fez questão de frisar: “Quem não autorizou a transferência do paciente foi o corpo clínico da Santa Casa.”.
Fica latente que as lideranças não conseguem lidar com a situação e para se eximirem, dão suas versões frias e vazias. O poder público por sua vez, como sempre se destaca pela incapacidade e evidencia um sistema falido que depende de entidades filantrópicas para servir a população que por sua vez, sofrem com o descaso do Estado que por anos, investiu nosso suado imposto em obras bilionárias em países socialistas.
É esse o presente de Dia dos Pais à Régis Henrique Gimenez Tavares da Silva, pai de Luiz Henrique? Seu filho não pode mais brincar de bola, nem mesmo se entreter com um celular, muito menos assistir um divertido desenho animado, não bastasse, o SISTEMA PÚBLICO dá a ele as costas e recusa o que resta, traze-lo para mais perto possível de casa, para que ao menos, a família permaneça unida, nessa luta cruel e imensuravelmente doída.
Em postagem na internet, o prefeito Eder Miano, deu como certa e comemorou a volta de Luiz Henrique para casa, o que nunca ocorreu
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