Em março de 2022, exatamente conforme o Portal noticiou na época, as duas balsas que ligavam o município de Fartura a Barão de Antonina, pelo bairro Triunfo e a Itaporanga pelo bairro Taquara Branca pararam de funcionar, deixando desamparados centenas de moradores da região que margeia a Represa Chavantes, como muitos comerciantes e agropecuaristas.

Despesas como custos com manutenção, combustível e mão de obra, tudo arcado somente por Fartura, junto a alegada baixa arrecadação com as tarifas de travessia e uma ação da Promotoria de Justiça, relatando irregularidades nas embarcações, foi apontado com a causa da paralisação do serviço, na época.

No final de 2022, o prefeito de Itaporanga Fábio Benini, após requisitar junto ao seu homólogo de Fartura, Marcão do Haras, uma balsa foi levada para aquele município, mas parou aí.

Nesse mês de outubro, uma postagem questionando o paradeiro das balsas chamou a atenção da redação do Portal que decidiu novamente pautar a questão e, infelizmente as atualizações não são boas.

Após solicitar informações, isso há cerca de 10 dias, ao chefe de gabinete da Prefeitura de Fartura, Victor Salles, nessa quarta-feira, 29, as respostas chegaram à redação do Portal.

Tratado pela municipalidade como “retorno do transporte público fluvial das balsas de Itaporanga e Barão de Antonina”, as argumentações da atual administração deixam claro que não há recursos públicos para arcar com o serviço.

O prefeito Marcão do Haras (PSD), em conjunto com a sua equipe técnica, disse que estuda a possibilidade de terceirização dos serviços, através de uma concessão administrativa, ou seja, uma privatização, alegando que a medida teria por objetivo eliminar custos e garantir eficiência na prestação do serviço público.

A administração admite que desde a paralisação do serviço, a população tem cobrado o seu retorno.

Marcão do Haras entende que – a reativação do serviço das balsas é importante para a população de Fartura, mas deve ser realizado em conformidade com as normas vigentes e dentro dos limites definidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal e outras que trazem disposições aplicáveis às contas públicas.

Balsa que realizava a travessia entre Fartura e Barão de Antonina

Para reativar as balsas, além de ampla e custosa reforma, a regularização dos junto à Marinha do Brasil, Marcão e equipe citam o limite orçamentário do erário público – razão pela qual a terceirização tem sido estudada.

O prefeito Marcão citou que a reativação do serviço foi uma promessa de campanha, “nós assumimos um compromisso com a população para o retorno das balsas e vamos cumprir. Sempre defendi que na minha gestão o que deve vir à frente da Administração Pública é a eficiência, de modo que estamos estudando o melhor caminho, em conjunto com as autoridades competentes e a nossa assessoria técnica e jurídica, para fazer as balsas voltarem a funcionar.”

Otimista como todo político, apesar de novo na área, Marcão aposta que as balsas vão voltar a funcionar “acreditamos que logo em breve teremos atualizações importantes para passar para a população sobre essa demanda e tenho certeza de que ainda durante o meu mandato veremos a balsa funcionando novamente.”

Quanto ao paradeiro das embarcações, Moacir Lima, chefe de gabinete da prefeitura de Itaporanga disse que no início desse ano de 2025, a balsa foi devolvida para Fartura. Devido a problemas envolvendo legislação, a transferência não foi possível. Victor Salles, por sua vez, disse que a embarcação ainda está em Itaporanga e o retorno “pra casa” deve ocorrer em breve.

Sobre a balsa que fazia a travessia para Barão de Antonina, Victor contou que a ela está guardada no Camping Municipal.